O texto: O prefácio de Líricas chinesas de Helen Waddell é um manifesto à tradução, sem os estandartes de avant-guarde ou os estardalhaços da profissão, pois fala da tradução como visão e ato. A partir de um dos cancioneiros mais clássicos da lírica chinesa antiga, aborda o processo de transliteração, que representa a chave de ingresso à cidade de Babel, origem imaginária de todas as línguas. Para esta tradução, recebeu o título alusivo de “Every literature has its Babylon” (“Toda literatura tem sua Babilônia”), a partir de uma de suas citações.
Texto traduzido: Waddell, Helen. Preface. In. Lyrics from the Chinese. Boston and New York: Houghton Mifflin Company, 1913.
A autora: Helen Jane Waddell (1889-1965), poeta, tradutora e dramaturga irlandesa, nasceu em Tóquio e foi educada em Belfast. Formada em letras inglesas, é conhecida por documentar a história dos poetas goliardos medievais, no livro The Wandering Scholars (1927), e por traduzir sua poesia latina, nas antologias Medieval Latin Lyrics (1927) e More Latin Lyrics (póstumo, 1976). Escreveu também romances históricos (Peter Abelard, 1933), peças de teatro (The Abbé Prévost, 1933) e artigos em jornais e revistas, como Manchester Guardian e The Nation.
O tradutor: Marco Calil é bacharel, licenciado e mestre em Letras Estrangeiras e Tradução pela PPG-LETRA-USP. Suas pesquisas voltam-se às letras, ciências e artes orientais, como o nexo das ciências e artes árabe-latinas na ocasião da Ibéria medieval e a dispersão de sistemas letrados Ásia afora, ante-e-além-Tibet. Para a (n.t.) traduziu Abū l-cAla’ al-Macarrī e Ikkyū Sōjun.