O texto: Considerados obscuros, os poemas de Norwid distinguem-se por seu ritmo irreverente, manifesto tanto na disposição dos versos e na ousadia das rimas, quanto na originalidade da tipografia. Lacônica e densa, sua poética volta-se repetidamente para a meditação sobre a cultura europeia. A presente coletânea reúne poemas que se destacam pelo teor paradoxal e irônico, e nos quais o poeta lança um olhar desiludido sobre a relação entre tradição e modernidade.
Texto traduzido: Norwid, Cyprian K. Wiersze. Toruń: Algo, 2009.
O autor: Cyprian Kamil Norwid (1821-1883), poeta romântico polonês, formado em artes plásticas, emigrante desde 1842. Preso por motivos políticos em Berlim, passou na prisão algumas semanas, o que afetou sua audição. Pouco apreciado pelos contemporâneos – sua obra, fruto de muitas leituras e viagens, seria redescoberta pelos modernistas –, Norwid viveu muitos anos na pobreza em Paris, onde morreu, solitário e surdo.
A tradutora: Olga Kempińska é professora de Teoria da Literatura da UFF. Sua experiência como tradutora começou em 2000 com a tradução de trechos de livros premiados na Edição Polonesa do Prêmio Goncourt. Para a (n.t.) já traduziu textos de Pawlikowska-Jasnorzewska, Iłłakowiczówna, Świrszczyńska, Szymborska e Lem.