O texto: Escrita originalmente entre 1906-09 e publicada parcialmente na revista Die Opale, em 1907, no texto “Herr Giorgio Bebuquin”, teve sua primeira edição em 1912, inicialmente em série, na revista Die Aktion, e logo em livro, sob o título de Bebuquin oder die Dilettanten des Wunders e Aktionsbücher der Aeternisten, em 1917. É a primeira obra de Carl Einstein atribuída à prosa absoluta, dedicada a André Gide e influenciada por Gottfried Benn, considerada ora a precursora do dadaísmo, ora a do cubismo, por ser um romance onde não há descrição atmosférica, curso de ações compreensíveis ou figuras delineadas. Na peça, há três personagens: Giorgio Bebuquin e Nabucodonosor Böhm, que declamam numerosas teses filosóficas e que morrem por suas convicções, e a Senhorita Euphemia, com quem se relacionam de maneiras diferentes.
Texto traduzido: Einstein, Carl. “Erstes Kapitel”. In. Bebuquin Die Dilettanten des Wunders oder Die billige Erstarrnis. Ein Vorspiel. Stuttgartt: Reclam, 1986.
O autor: Carl Einstein (1885-1940), escritor, historiador de arte, crítico e anarquista alemão de origem judaica. Atento às imbricações entre política e estética, escreveu ensaios sobre história da arte e a arte africana. Viveu em Berlim e em Paris, onde editou a revista de etnologia, antropologia e arte, Documents. Vinculou-se a importantes movimentos de vanguarda da época, como o dadaísmo, o expressionismo alemão, tendo sido o primeiro a entender o cubismo como uma nova corrente, ao descobrir Picasso. Em 1912, publicou o livro Bebuquin oder die Dilettanten des Wunders, que serviria de inspiração para os dadaístas e que seria considerado o primeiro romance cubista.
A tradutora: Maria Aparecida Barbosa é pesquisadora de lendas e contos africanos adaptados por Carl Einstein. Atualmente traduz do autor A Arte do Século 20 (Cultura e Barbárie) e Bebuquin. Seu projeto de diálogo com a literatura alemã integra também a crítica literária de Walter Benjamin, a poesia de Ivan Goll e de Kurt Schwitters, além da poesia contemporânea.