O texto: Tradução inédita para o português de três cantos [fl. 18f a fl. 19f] em náhuatl clássico do manuscrito Cantares mexicanos. Trata-se dos cantos 4, 5 e 6 de um conjunto de 24, o qual compreende as folhas 16 verso a 26 verso, e cujo título geral é “Nican ompehua in motenehua melahuac cuicatl yn mehuaya tecpan Mexico Acolhuacan Tlalhuacpan ynic ymelel quiçaya tlahtoque” (“Eis aqui o princípio, quando se expressam os cantos entoados em México-Tenochtitlan, Acolhuacan e Tlalhuacpan para que seus governantes saíssem e se divertissem”). Os cantos provavelmente são de origem pré-hispânica em adoração a deuses e deusas da elite Nahua e em honra a governantes da Tríplice Aliança composta pelos colhuas-mexicas, os toltecas-acolhuas e os otomíes-tepanecas. Esses deuses e deusas, no entanto, foram substituídos por “Dios” e outras entidades católicas em espanhol, bem como por neologismos em náhuatl clássico para o Deus cristão no âmbito da catequização implementada no Altiplano Central do México durante o século XVI.
Texto traduzido: Cantares mexicanos [manuscrito]. In. MS 1628 bis [siglo XVI]. México: UNAM/Biblioteca Nacional de México, hojas 18f a 19f.
Licença: Hemeroteca Nacional de México/UNAM.
O autor: Autoria desconhecida e coletiva. O conjunto de cantos foi compilado, transliterado, (re)escrito e intitulado por jovens Nahua aculturados, possivelmente sob a supervisão do missionário franciscano Bernardino de Sahagún (c. 1499-1590).
A tradutora: Sara Lelis de Oliveira é doutora em Literatura pela Universidade de Brasília, tradutora e professora de espanhol. Pesquisa no campo da literatura em náhuatl clássico, traduzindo manuscritos coloniais do século XVI para o português e o espanhol.