PRÉVIA (n.t.) 6º

Fuchsíada | Fuchsiada
Urmuz

O texto: “Fuchsíada” foi publicado postumamente, em 1930, na revista romena de vanguarda literária “Unu”. Trata-se do texto mais extenso escrito por Urmuz e, provavelmente, o último na ordem cronológica de sua criação. Segundo o poeta romeno Geo Bogza, Urmuz aqui apresenta, num estilo de certa forma clássico, um personagem que passa por bizarras aventuras sexuais que evocariam experiências autobiográficas, assim como ocorre na maior parte de sua obra.
Texto traduzido: Urmuz. Pagini bizare. Sasa Pana (ed.). Bucarest: Minerva, 1970.

O autor: Demetru Demetrescu-Buzău (1883-1923), mais conhecido como Urmuz, é por muitos considerado o precursor do surrealismo na literatura romena, antecipando o Dadaísmo de Tristan Tzara e também o teatro do absurdo de Eugen Ionescu. O próprio Ionescu, num ensaio de 1965, especula se Urmuz não seria um “irmão espiritual de Jarry” ou uma espécie de “Kafka mais mecânico e mais grotesco”. O mesmo Tudor Arghezi, que mais tarde proporcionaria a Max Blecher sua estreia editorial em 1930, criou-lhe o pseudônimo Urmuz e publicou pela primeira vez dois de seus textos, em 1922, na revista “Cugetul românesc”. Autor de um número reduzidíssimo de textos, quase um escritor casual, Urmuz, burocrata do poder judiciário, se suicidou certa madrugada, devido a uma pretensa neurastenia, com um tiro na cabeça. Seu corpo foi encontrado, às sete da manhã de 23 de novembro de 1923, atrás de uma moita numa das prin-cipais avenidas de Bucareste. Urmuz só conheceu fama póstuma, cada vez mais consolidada ao longo do tempo.

O tradutor: Fernando Klabin, paulistano, mora desde 1997 em Bucareste. Além de já ter traduzido para o português textos dos Irmãos Grimm, Arthur Koestler, Robert Graves, Georg Trakl e outros, tem procurado difundir no Brasil obras representativas do pensamento e da cultura rome-nos. Nesse contexto, traduziu As seis doenças do espírito contemporâneo (Record, 1999) de Constantin Noica, Senhorita Christina (Tordesilhas, 2011) de Mircea Eliade, Nos cumes do desespero (Hedra, 2012) de Emil Cioran, Acontecimentos na irrealidade imediata (Cosac Naify, 2013) de Max Blecher e A Barca de Caronte (É Realizações, 2012) de Lucian Blaga. Para a (n.t.) já traduziu Corpo transparente, de Max Blecher, e Estilhaços de noite, de George Bacovia.



☞ URMUZ. Fuchsíada | Fuchsiada. Trad. Fernando Klabin.
(n.t.), n. 6, v. 1, mar. 2013, pp. 140-155.


© (n.t.) Revista Nota do Tradutor
ISSN 2177-5141