O texto: Uma das imagens mais recorrentes na poesia de Susy Delgado, símbolo de toda a cultura paraguaia de expressão guarani, é o tataypy, lugar na habitação camponesa onde se acende e se mantém o fogo aceso. A poeta, com o propósito de manter viva a chama dessa tradição, dedica-lhe todo um livro, o Tataypýpe, com o qual consegue reviver/reacender a própria língua materna, despertando-a e levantando-a de seu suposto apagamento. Esta seleção apresenta 6 composições do referido livro, cujos temas giram “junto ao fogo”.
Texto traduzido: Delgado, Susy. Tataypýpe. Asunción: Arandurã, 1994.
A autora: Escritora e poeta bilíngue, a obra da paraguaia Susy Delgado (1949-) representa, mediante uma linguagem atual, a mais sucedida síntese da “defesa da língua” guarani, o avañe’e, fortemente arraigada à cultura camponesa tradicional de seu país. Seus livros Tesarái mboyve, Tataypýpe, Ayvy membyre e Ñe’? jovái são o resultado desse labor que opera com maestria, em um mesmo plano, língua e poesia. Em 2017, recebeu o Prêmio Nacional de Literatura do Paraguai.
Os tradutores: Gleiton Lentz, editor da (n.t.), é doutor em Literatura, tradutor e revisor, e Miguel Sulis, coeditor da revista, é doutor em Literatura, tradutor e professor de idiomas.