O texto: Da obra de Sulpícia conservam-se seis breves elegias, as chamadas Elegidia, elencadas do número III. 13 ao III. 18. Encontram-se no 3º livro do Corpus Tibullianum (ou Appendix Tibulliana), do poeta Álbio Tibulo, compreendendo um total de 40 versos. As composições revestem-se de particular interesse pelo modo original como a poetisa abordou tópicos literários recorrentes na elegia amorosa latina, ao subverter algumas convenções temáticas à época, e por ser, até então, a única voz feminina nas letras latinas.
Texto de referência: Novak, M. G.; Neri, M. L (Orgs.). “Elegias de Sulpícia”. Poesia Lírica Latina. São Paulo: Martins Fontes, 1992, pp. 137-141.
A autora: Sulpícia (I a.C.) foi uma poeta da Antiga Roma, de cuja obra restaram apenas algumas composições poéticas, em tom elegíaco. Oriunda do patriciado romano, era filha do orador Servio Sulpicio Rufo e de Valeria, irmã do general Marco Valerio Messalla Corvino, que criou, por volta do ano 30 a.C., um círculo de literatos do qual fizeram parte Tibulo e Ovídio. Acredita-se que Sulpícia tenha frequentado esses ambientes e feito parte do círculo de intelectuais do tio Messalla, o qual, após a morte de seu pai, tornou-se seu tutor.
A tradutora: Zelia de Almeida Cardoso é professora de língua e literatura latina, da Universidade de São Paulo. De Sulpícia traduziu quatro das seis elegias da poeta para a antologia Poesia Lírica Latina, publicada em edição bilíngue pela Martins Fontes, em 1992.