O texto: Este texto, última de uma série de seis parábolas sobre o tema “A vida e a morte” originalmente lidas na rádio nacional da Islândia em 17 de março de 1940, foi posteriormente publicada no mesmo ano e mais tarde incluída, numa versão ligeiramente revista pelo autor, na edição da obra completa editada post-mortem (1987). Apesar de a parábola não ser uma forma literária comum na literatura islandesa, o texto é representativo do estilo clássico da narrativa islandesa, que teve a sua idade de ouro no ciclo das sagas de islandeses, redigidas majoritariamente entre o início do século XIII e meados do século XIV. Esta é provavelmente a primeira tradução para uma língua viva dessa parábola, que anteriormente tinha sido traduzida apenas para o esperanto.
Textos traduzidos: Nordal, Sigurður. „Ferðin, sem aldrei var farin.“ In. Líf og dauði. Sex útvarpserindi meðeftirmála. Reykjavík: Valtýr Stefánsson, 1940, pp. 107-124. (Edição póstuma: Nordal, Sigurður. „Ferðin, sem aldrei var farin.“ In. List og lífsskoðun. III – Áfangar. Reykjavík: Almenna bókafélagi, 1987, pp. 79-89.
O autor: Sigurður Nordal (1886-1974) teve uma sólida formação humanística, incluindo estudos de filosofia em Copenhague, Berlim e Oxford, destacando-se como catedrático de estudos islandeses na Universidade da Is-lândia, primeira e por muitas décadas única instituição de ensino superior do país, fundada em 1911, da qual foi reitor no biênio 1922-23. Estreiou na literatura em 1919 com o volume de contos Fornar ástir (Amores antanhos), obra pioneira do modernismo na Islândia. Em 1942, publicou Íslenzk menning (Cultura islandesa), monografia interpretativa da cultura e nacionalidade islandesa considerada pelos críticos a obra-prima do autor. Foi embaixador da Islândia na Dinamarca (1951-57).
O tradutor: Luciano Dutra, nascido em 1973 em Viamão (RS) e naturalizado islandês, é bacharel em letras islandesas e estudos de tradução pela Universidade da Islândia (2007), tradutor juramentado islandês-português desde 2009 e pesquisador sobre a imigração islandesa no Brasil. Além de literatura islandesa e nórdica contemporânea, traduz as sagas, obras únicas de prosa de ficção compiladas na Idade Média por autores anônimos da Islândia e que influenciaram escritores modernos tão diversos quanto Jorge Luis Borges, Milan Kundera e Tolkien.