O texto: O Monograma foi publicado originalmente em 1971 no Chipre, em uma edição manuscrita do poeta, e editado em livro no ano seguinte, em Atenas. É um dos mais belos poemas sobre o amor já escritos na literatura grega. O original grego é redigido em versos livres, mas há rimas em vários pontos e ritmo; a tradução, pouco pretensiosa, não reproduz alguns efeitos de ritmo e as rimas, com o intuito de ser mais fiel ao significado das frases e às imagens. A sintaxe, na tradução, segue muito o texto grego, em que há certa fluidez e anacolutos, e a quase ausência de pontuação é respeitada.
Texto traduzido: Ελύτης, Ο. Ποίηση. Αθήνα: Ίκαρος, 2002, σελίδες 249-259.
O autor: Odysseas Elýtis, nome literário de Odysseas Alepoudéllis (Οδυσσέας Αλεπουδέλλης), é considerado um dos três gigantes da poesia grega do século XX (ao lado de Kaváfis e Seféris), e um dos grandes poetas do séc. XX em geral. Ganhador do prêmio Nobel de literatura (1979), teve sua obra aclamada e traduzida em diversos idiomas. Em português, permanece pouco divulgado. Sua poesia, conquanto moderna na concepção e na técnica, drena sua seiva da quase trimilenária e sempre viva tradição literária grega, e, sem abandonar o particular helênico, abarca o universal humano. Elýtis nasceu em Iráklio, Creta, em 1911, e morreu em Atenas em 1996.
O tradutor: Théo de Borba Moosburger é bacharel em Letras (grego antigo) pela UFPR e mestre e doutor em Estudos da Tradução pela UFSC. Estudou grego moderno e música popular grega em Atenas. A-tuou como tradutor juramentado de grego entre 2012 e 2013 e possui diploma de proficiência em grego (C2) do Ministério da Cultura da Grécia. Atualmente, dedica-se à pesquisa e tradução de autores gregos dos séculos XIX e XX. Tem traduções publicadas do grego antigo, medieval e moderno, e também do islandês, língua à qual se dedica paralelamente, com interesse especial na literatura islandesa medieval. Para a (n.t.), traduziu Kostas Karyotákis, Giorgos Seféris, Aléxandros Papadiamántis e Ilias Venézis.