O texto: O manuscrito do poema “Vis” foi, conforme a edição crítica da obra poética de Mihai Eminescu publicada em 2010, redigido e corrigido pelo autor em 1876, período em que viveu em Iasi, na Romênia. Mais tarde, em 1902, foi publicado postumamente na revista Samanatorul e, no mesmo ano, incluído no volume de suas Poezii postume. O embate entre o sonho e a realidade, um dos temas caros ao Romantismo, constitui aqui o pano de fundo da reflexão poética. O poema, precursor do Simbolismo, como se pode entrever pela riqueza de imagens e sinestesia, tem sido, ao longo do tempo, objeto de atenção entre os críticos literários, que ora o catalogam como uma experiência profunda da condição humana, que reflete sobre a vida e a existência por meio de uma viagem transcendental do espírito em direção a um reino do ideal, ora o consideram como um dos escritos mais obscuros de Eminescu por sua carga poética.
Texto traduzido: confira na revista.
O autor: Mihai Eminescu (1850-1889), poeta, romancista e ensaísta romeno, nasceu em Botoşani. Considerado o poeta nacional da Romênia por antonomásia, foi um espírito universalista cujas influências incluíam, para além do horizonte nacional, a filosofia de Schopenhauer e os ideais do Romantismo, no âmbito ocidental, e o Budismo e a tradição dos Vedas, no oriental. Teve uma existência romântica por excelência, para a qual vida e criação estiveram dolorosamente vinculadas, como uma questão de destino. Terminou sua vida em uma instituição psiquiátrica, acometido de demência. Dentre suas obras, destacam-se a prosa Sarmanul Dionis (Pobre Dionísio), de 1872, e o poema Luceafărul (Vésper), de 1883.
O tradutor: Fernando Klabin é formado em Ciência Política e desenvolveu, entre outras, atividades no campo turístico. Tem procurado difundir no Brasil a literatura romena, tendo já traduzido muitas obras, entre as quais As Seis Doenças do Espírito Contemporâneo, de Constantin Noica, Senhorita Christina, de Mircea Eliade, e Nos cumes do desespero, de Emil Cioran. Para a (n.t.) traduziu Max Blecher, Eugen Ionescu, George Bacovia, Ciprian Vălcan, Paul Celan, dentre outros.