Ambientado aos quadrinhos e adaptado em prosa poética, o clássico prefácio de Max Stirner, "Fundei a minha causa sobre nada", que abre o livro O único e sua propriedade, publicado em 1845, se destaca por sua escrita tempestuosa e atemporal, indicando as bases do anarco-individualismo. Nele, Stirner é um personagem que dialoga com a figura de um menino indócil, que vive um século à sua frente, em um futuro imaginário, mas demarcado por fatos históricos que podem ser identificados com a segunda metade do século XX. Ambos dirigem suas armas, isto é, a escrita e a pedra, que às vezes assumem vida, contra os perversos poderes do Estado, da Igreja e do Humanismo. Essa coexistência de mundos traduz os movimentos de um pensamento revolucionário que atravessa os tempos, desconhecendo épocas e fronteiras, além de evidenciar a atualidade do pensamento de Stirner.