O texto: Mais que tirar da terra as próprias rudezas, a poesia de Marina Tsvetáeva é sempre indicativo da poíesis. Seus versos não são tecidos apenas por palavras. Neles, poesia e canção doam-se mutuamente onde cada palavra configura uma cosmovisão geradora de mundo e sentido. Os poemas aqui selecionados pertencem ao livro Poesias. Trata-se de uma coletânea de poemas escritos entre 1908 e 1941, na qual se destaca o ciclo “Insônia”, e poucos são os versos que recebem um nome. Mas o que é um nome quando estamos diante do convite para perscrutar o inefável? Através de imagens densas e suaves, líricas e trágicas, percebemos que, para a poeta, insônia é quando o sol anoitece, fazendo-se poesia, enquanto que o crepúsculo persiste em ser tempo e memória. Parte dos poemas apresenta uma métrica um tanto alheia aos padrões formais, e a maioria dos versos são rimados.
Texto traduzido: Цветаева, Марина. Стихотворения. Казан: Татарское книжной издателсьтво, 1983.
A autora: Poeta, tradutora e ensaísta. Nasceu na cidade de Moscou em 9 de outubro de 1892 - ou, conforme sua preferência pelo calendário antigo, em 16 de setembro. Desde tenra idade teve contato com as artes. Sua mãe fora pianista e o pai professor de história da arte na Universidade de Moscou e fundador de museus. Aos dezoito anos publicou seu primeiro livro de poemas Álbum da tarde. A crítica da época recebeu-o com entusiasmo. Entretanto, não suportando as vicissitudes da vida, cometeu suicídio em 1941, na cidade de Kazan.
A tradutora: Veronica Filíppovna é tradutora e ensaísta. Graduanda do curso de Letras Português-Russo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), atua como docente de curso de extensão sobre mitologia, literaturas brasileira e russa na Faculdade de Letras da mesma instituição. Já publicou artigos sobre literatura e filosofia em livros e revistas especializadas.