O texto: Seleção com cinco poemas de Manólis Anagnostákis, pertencentes à seção “Parêntesis” (“Παρενθέσεις”), que integra a coletânea Εποχές 2 (Estações 2), publicada em 1948: “Paisagem” (“Τοπίο”), “Epitáfio” (“Επιτύμβιον”), “Discernimento” (“Επίγνωση”), “Pessoas” (“Άνθρωποι”) e “A Nikos E… 1949” (“Στον Νίκο Ε… 1949”). Nos poemas, por meio de uma linguagem acessível que evita todo tipo de rebuscamento, mas que se utiliza de imagens fortes e sensoriais para criar uma experiência visceral para o leitor, sua poesia encerra versos que iluminam sua preocupação sobre si mesmo. Neles, o poeta conta que muitas vezes se deparava falando consigo entre parênteses e reticências, da mesma forma como um cego se movimenta em um quarto repleto de mobílias, pois detrás de cada verso não há só poesia, mas também vacuidade.
Texto traduzido: confira na revista.
O autor: Manólis Anagnostákis (1925-2005), poeta grego, nasceu na Tessalônica. Integrante da primeira geração do pós-guerra, teve grande atuação política durante a ocupação e a guerra civil na Grécia, tendo sido preso e condenado à morte por um tribunal militar e libertado com a anistia geral. Por anos foi membro do Partido Comunista Grego, com intensa atividade contra a ditadura dos coronéis. Começou a publicar seus primeiros poemas em jornais e edições privadas, lançando seu primeiro livro, Εποχές (Estações), em 1945. Laureado com prêmios de literatura e poesia, muitas de suas composições foram musicadas por compositores gregos contemporâneos.
O tradutor: Miguel Sulis, coeditor da (n.t.), é bacharel em letras (Alemão e Literaturas de língua alemã), mestre e doutor em literatura pela UFSC. É tradutor e professor de grego. Para a (n.t.) traduziu Rufinos, Kaváfis, Forugh Farrokhzad, Ritsos, Sacher-Masoch, Haris Vlavianos, Solomós, Maria Polyduri, Fazıl Dağlarca, dentre outros.