O texto: Os estudiosos da obra de Luciano e do movimento retórico-filosófico do qual ele participara, a Segunda Sofística, costumam classificar o Elogio da Mosca como um elogio paradoxal. Trata-se de um desafio retórico (havia concursos voltados a esse tipo de texto) cujo intuito é pegar um objeto o mais ordinário, o mais inusitado, desprezível mesmo, para se fazer dele um elogio, um encômio, e ressaltar seus caracteres, inventar suas histórias, intrincá-lo a ponto de se fazerem sentir os efeitos cômicos do paradoxo.
Texto traduzido: Μυιασ Εγκωμιον (Praise of the Fly). In. Lucian. A Selection. Ed. Neil Hopkinson. Cambridge: Cambridge UP, 2008, pp.35-38.
O autor: Luciano nasceu em Samósata, província romana da Síria, em 125 d.C., de família artesã, e morreu em 181 d.C., provavelmente em Alexandria. De origem semita, escrevia e fazia seu trabalho na língua grega antiga, mais precisamente no dialeto ático, da Atenas clássica. A edição atualmente melhor reputada, de M. D. Macleod (Oxford, 1972-87), divide-se em 4 tomos e 86 títulos, entre diálogos, romances, exercícios de retórica, sátiras religiosas e filosóficas, etc.
O tradutor: Guilherme Ivo é tradutor e doutorando em Filosofia e Tradução pela Universidade de Campinas.