O texto: A narrativa selecionada para a tradução faz parte da coletânea “Kate Chopin: contos traduzidos e comentados”, publicada recentemente pela Casa Editorial Luminara. Apresentando como pano de fundo a cidade de St. Louis, no período escravista que favoreceu a Guerra de Secessão, a disjunção entre negros e brancos e a delicada situação da mulher negra são os pontos centrais deste conto. A história da bela e “quase branca” Zoraïde, que não dispõe de seu próprio destino, pinta um quadro da sociedade sulista americana da época, com matizes dos modos e costumes, incluindo expressões do dialeto patois.
Texto de referência: Chopin, Kate. Kate Chopin: contos traduzidos e comentados. Porto Alegre: Casa Editorial Luminara, 2011.
A autora: Kate Chopin (1851-1904) foi uma escritora norte-americana. Notoriamente influenciada por autores como Maupassant e Flaubert, Chopin começou a escrever após a morte de seu marido, para aumentar as rendas familiares. Seus escritos descrevem com sensualidade e autenticidade, os hábitos dos créoles e cajuns dos Estados Confederados, e defendem a afirmação da mulher como indivíduo ativo na sociedade. Essa “ousadia” presente em contos e poesias fez com que Chopin fosse acusada de obscenidade e, então, condenada ao ostracismo. Somente na segunda metade do século XX, sua obra foi resgatada e novamente publicada.
A tradutora: Beatriz Viégas-Faria é professora adjunta da Universidade Federal de Pelotas, escritora e tradutora de importantes autores da língua inglesa, incluindo William Shakespeare. Seu trabalho já lhe rendeu diversas premiações nacionais e reconhecimento internacional.