O texto: Seleção com seis poemas antologizados por Ikkyū, escritos em chinês clássico do estilo Kanbun, usado no Japão. Os poemas versam sobre temas recorrentes na poética do monge, conhecido por sua verve maldita, como ridicularizar e maldizer a lei e os ritos budistas, elogiar os furores estéticos e poéticos acometidos, e poetizar sobre suas escapadas a bares e bordéis, além de seu amor a Mori [森 ‘floresta, selva’], aqui Sílvia.
Texto traduzido: Ikkyū. Having Once Paused: Poems of Zen Master Ikkyū (1394-1481). Messer, S.; Smith, K (Eds. trans.). English-Chinese poems. Ann Harbor: University of Michigan Press, 2015, pp. 29, 39, 43, 87, 89 and 101.
O autor: Ikkyū Sōjun (1394-1481) foi um monge zen budista, poeta e calígrafo, nascido em Kioto, Japão. Excêntrico e iconoclasta, de vida desregrada, é conhecido por infundir as atitudes e ideais Zen na arte e literatura japonesas. Aos cinco anos de idade, foi colocado em um templo budista, onde aprendeu sobre poesia, arte, literatura e língua chinesa. Ikkyū escreveu no estilo Kanbun, uma forma de chinês clássico usada no Japão desde o período Nara até meados do século XX e empregada por muitos autores japoneses contemporâneos. Faleceu aos 87 anos de febre aguda.
O tradutor: Marco Antonio Calil Machado é bacharel, licenciado e mestre em Letras Estrangeiras e Tradução pela Universidade de São Paulo (PPG-LETRA-USP). Suas pesquisas voltam-se às letras, ciências e artes orientais, como o nexo das ciências e artes árabe-latinas na ocasião da Ibéria medieval e a dispersão de sistemas letrados Ásia afora, ante-e-além-Tibet. Para a (n.t.) traduziu Abū l-cAla’ al-Macarrī.