O texto: Seleção com três poemas de Borderlands/La Frontera: The New Mestiza, de Gloria Anzaldúa, de 1987: “The Cannibal’s Canción”, “mujer cacto” e “To live in the Borderlands means you”. No livro, que explora as relações fronteiriças entre o México e os Estados Unidos para além das questões geopolíticas, mas também psicológicas, sexuais e culturais, a autora aborda a impossibilidade de estabelecer uma comunicação homogênea entre aquele que cruza uma fronteira e aquele enraizado em outro território. Isso se evidencia por meio de sua opção em escrever ora em inglês ou espanhol, ora em dialeto ou nos dois idiomas, tecendo uma metalinguagem acerca das reflexões multiculturais e identitárias de seu entorno. Misturando prosa e poesia, as imagens criadas por Anzaldúa refletem sua empatia em relação aos imigrantes mexicanos.
Texto traduzido: Anzaldúa, Gloria. Borderlands/La Frontera: The New Mestiza. San Francisco: Aunt Lute Books, 1987.
A autora: Gloria E. Anzaldúa (1942-2004), escritora e ativista política chicana estadunidense, nasceu em Harlingen, Texas. Estudiosa da cultura hispânica e da teoria queer, em seus livros aborda questões de gênero, imigração e sexualidade, como em Borderlands/La Frontera: The New Mestiza, obra pioneira da literatura chicana. De origem mexicana e lésbica, em seus escritos problematizou constantemente essas identidades, que foram fundamentais no desenvolvimento de discussões que levaram as mulheres de seu entorno cultural e outras, de diferentes cores, classes e etnias, para o centro do debate nos Estados Unidos, ao propor um olhar voltado à interseccionalidade.
A tradutora: Luciana Lima Silva é tradutora, escritora e doutoranda em Teoria e História Literária pela Unicamp.