O texto: : Seleção com quatro poemas de Gérard Legrand, extraídos dos livros Des pierres de mouvance (Pedras de manso e meneio), de 1953, e Marche du lierre (Entrada das heras), de 1969: “Argumento” (“Argument”), “Fora de alcance” (“Hors d’atteinte”), “A liberdade” (“La liberté”) e “Hosana” (“Hosannah”). No conjunto, as composições revelam, de um lado, a busca do poeta por uma linguagem inovadora que consiga expressar a interioridade humana, o que o conduz, nas suas próprias palavras, “a uma poesia mais impessoal (mas de modo algum ‘coletiva’ ou ‘objetal’”, e de outro, o anseio por explorar a fragilidade da vida, a passagem do tempo e a procura incessante por significado. A linguagem fluída, mesclada a elementos inesperados e inquietantes, convida o leitor a se abrir ao desconhecido, revelando um poeta de fôlego e sensibilidade rebuscada, marcado pela herança de Isidore Ducasse.
Texto traduzido: confira na revista.
O autor: Gérard Legrand (1927-1999), poeta e ensaísta francês, nasceu em Paris. Considerado um dos nomes mais importantes do Surrealismo no pós-guerra, sua obra foi influenciada por Breton e Péret, de cujo grupo se aproximou em 1948, tornando-se um dos principais teóricos do movimento. Sua poesia, caracterizada pelo uso de metáforas ousadas e pela linguagem fluída, busca explorar o pré-consciente e revelar as contradições da realidade. Além de sua consistente obra teórica sobre filosofia, cinema e artes plásticas, publicou diversos livros de poesia, entre os quais Des pierres de mouvance (1953), Marche du lierre (1969) e L'Écart absolu (1980).
O tradutor: Natan Schäfer é mestre em Estudos Literários pela UFPR e pela Université Lumière Lyon 2. Ex-professor da Escola de Belas-Artes do Paraná (UNESPAR) e membro da Biblioteca Psicanalítica de Berlim (PsyBi), atualmente se dedica à edição e à tradução, capitaneia a Contravento Editorial e também a coluna “A Fresta”, publicada no portal da editora Aboio. Para a (n.t.) traduziu Jean-Pierre Duprey, Jacques Rigaut e Pierre Peuchmaurd.