O texto: A poesia de Forugh Farrokhzad marca uma quebra com a tradição poética persa e uma poética da revelação, rompendo com sua rigidez ao empregar expressões e termos mais coloquiais e informais. Escritos em farsi (o persa ocidental), idioma sem distinção de gênero gramatical de qualquer espécie, seus versos se debruçam sobre o mundo íntimo do ser, e por extensão, das mulheres, falando de seus segredos e aspirações, de suas tristezas e anseios, e por vezes, do silêncio. No poema, “o pássaro é mortal” (پرنده مردنی است), ilustrado em quadrinhos, Forugh fala concisamente de sua depressão, buscando transmitir como, para ela, esse sentimento age dentro da vida ordinária que invade tanto os dias quanto as noites, sem fazer distinção.
Texto traduzido:
.فرخراد، فروغ. دیوان. "پرنده مردنی است". صفحه ۳۵۰. پرشین سیرکل: تورنتو، ۱۳۹۳
A autora: Forugh Farrokhzad (1935-1967), poeta, cineasta e atriz persa, nasceu em Teerã. Durante a ocidentalização do Irã, tornou-se uma das principais figuras da história e cultura de seu país, tendo sido banida por mais de uma década após a revolução islâmica de 1979, por sua poesia moderna e iconoclasta, que a tornaram um emblema de identidade do feminismo no Irã. Sua vida livre e independente foi causa de muitas controvérsias, reprovações e escândalos. Dirigiu um premiado documentário “The House is Black” (1962), considerado uma parte essencial do movimento New Wave iraniano, e publicou quatro volumes de poesia entre 1955 e 1963, além de um livro póstumo, lançado em 1974. Morreu aos 32 anos, em um acidente de trânsito de circunstâncias pouco aclaradas.
O tradutor: Miguel Sulis (vide tradução de Maria Polyduri).