O texto: Assim como o de outros monstros sagrados da literatura francesa – Tristan Tzara, Gherasim Luca, Emil Cioran, etc. – o destino do romeno Eugen Ionescu foi o de ser deglutido pela cultura da França e transformado em Eugène Ionesco. Poucos sabem que, durante sua existência em solo romeno, o jovem Ionescu foi um influente crítico literário que já se aventurava a escrever sua própria ficção. O texto aqui selecionado está incluído na obra Nu (Não), coletânea de ensaios de 1934 premiada num concurso de jovens talentos literários, e que revela desde cedo o gosto do autor pelo absurdo, marca pela qual ficará para sempre conhecido.
Texto traduzido: Ionescu, Eugen. Nu. Bucureşti: Humanitas, 1991.
O autor: Considerado o pai do teatro do absurdo, o romeno Eugen Ionescu (1909-1994), que ocupou a cadeira número seis da Academia Francesa, se tornou sinônimo de Absurdo graças a suas antológicas peças teatrais. Bebendo da tradição romena, que começou a dar seus primeiros sinais com o surgimento dos textos tresloucados assinados pelo funcionário de repartição pública Urmuz − um deles já publicado na (n.t.) −, foi capaz de criar uma obra dramatúrgica inédita e uma prosa de uma franqueza vertiginosa.
O tradutor: Fernando Klabin, paulistano, morou 16 anos na Ro-mênia. Além de já ter traduzido textos dos Irmãos Grimm, Arthur Koestler, Robert Graves, Georg Trakl e outros, tem procurado difundir no Brasil obras representativas do pensamento e da cultura romenos. Nesse contexto, traduziu As seis doenças do espírito contemporâneo (Record), de Constantin Noica, Senhorita Christina (Tordesilhas), de Mircea Eliade, Nos cumes do desespero (Hedra) de Emil Cioran, Acontecimentos na irrealidade imediata (Cosac Naify) de Max Blecher e A Barca de Caronte (É Realizações) de Lucian Blaga. Para a (n.t.) já traduziu Max Blecher, George Bacovia, Urmuz e Ciprian Vălcan.