Das grandes cidades do passado, uma delas, hoje em ruínas no deserto sírio, mas outrora um oásis para as caravanas entre o Golfo e o Mediterrâneo, ponto central da Rota da Seda, Palmira, a antiga capital da legendária rainha Zenóbia, sempre ocupou uma página de relevo na história. E isso, não só por seu legado cultural... (...)
Usado por cerca de quatro séculos, o palmireno foi um alfabeto semítico derivado do aramaico, que era a língua administrativa e religiosa de vários impérios de então, mas que também absorveu influências do árabe, embora em menor grau, devido à posição geográfica que ocupava, um caminho entre o Oriente e o Ocidente.... (...)
Mas se o desaparecimento do palmireno reflete, por um lado, o passo inexorável do tempo, evidencia, por outro, a importância da tradução em reavivá-lo, uma vez que sua natureza não reconhece limites temporais. No mesmo sentido, as traduções presentes neste número não só apresentam poetas e escritores, mas traduzem épocas e decifram idiomas... (...)
E por fim, após decifrarmos ao leitor os autores deste número, assim como a antiga Palmira, que em seu tempo foi uma mescla de influências árabes, mediterrâneas e romanas, mas que se fez entender em uma escrita e dialeto próprios, o palmireno, as vozes aqui traduzidas... (...)