O texto: Publicado em 1956, La última inocência, de Alejandra Pizarnik, é seu segundo livro de poesias, lançado um ano após La tierra más ajena. Dedicado a León Ostrov, psicanalista com quem começou a entender a relação entre o inconsciente e a poesia, o livro introduz em sua poesia elementos ligados ao surrealismo, os quais viriam a ser recorrentes em sua obra, como o sonho e a noite. Esta seleção, que retoma o homônimo título do livro, apresenta três poemas que o integram: “Sonho” (“Sueño”), “Noite” (“Noche”) e “Poema para Emily Dickinson”.
Texto traduzido: Pizarnik, Alejandra. La última inocencia. Buenos Aires: Poesía Buenos Aires, 1956.
A autora: Alejandra Pizarnik (1936-1972), poeta argentina, nasceu em Avellaneda. Filha de pais judeus imigrantes, estudou filosofa e letras em Buenos Aires, mas não chegou a concluir seus estudos. Mudou-se para Paris, onde trabalhou como tradutora e fez amizade com outros escritores, como Julio Cortázar, Silvina Ocampo e Octavio Paz. Foi influenciada pelos simbolistas franceses (em especial, Rimbaud e Mallarmé), pelos poetas românticos e pelos surrealistas, sobretudo quanto ao uso da escrita automática. Legou várias obras de poesia e de prosa, além de diários. Suicidou-se aos 36 anos, após ingerir uma dose excessiva de barbitúricos.
A tradutora: Júlia Corrêa é formada em Relações Internacionais pela UNB e cursa atualmente Letras – Francês pela mesma instituição. Integra o Coletivo “Lendo Contos”, que promove debates sobre contos no Distrito Federal, tendo já participado de oficinas de escrita criativa, incluindo a dos escritores Jéferson Assumção e Stéphane Page.